O ano de 2018 foi de aceleração para o mercado de CRI e 2019 deve manter o ritmo. Segundo dados da B3, os títulos de renda fixa corporativos (Debênture, CRA, CRI e Nota Comercial), mais os FIDC, apresentaram 34% mais emissões em relação a 2017. Ao todo, foram R$ 200 bilhões em novos registros. Só o CRI apresentou aumento de 16% em relação ao ano anterior, com R$ 9,5 bilhões emitidos.
Mesmo com melhores expectativas, até outubro passado, o CRI representava apenas 6% do funding imobiliário, segundo dados da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A projeção, no entanto, é que esse percentual se amplie no curto prazo, diante da menor oferta de recursos vindos da poupança e do FGTS para o crédito imobiliário.
Além do cenário de juros mais baixos e retomada econômica, na semana passada, a Agência Estado informou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode atualizar a instrução que permite o uso do CRI para reembolso de despesas já desembolsadas dos empreendimentos e não apenas para pagamento de despesas futuras como é hoje. A autarquia deu aval para uma consulta da XP. Se isso se transformar em uma mudança normativa, a projeção do mercado é que o volume emitido pode dar um salto relevante e até dobrar.
De acordo com Juliana Mello, sócia da Fortesec, essa é uma demanda antiga do mercado para o uso do CRI também para reembolso de despesas de natureza imobiliária relacionada à aquisição, construção e/ou reforma de imóveis. No entanto, o regulador está atento para a destinação dos recursos.
“Como o CRI é um papel com isenção fiscal, é importante a diligência para saber a quem essa isenção está beneficiando. Atendendo às exigências, nossa avaliação é bem positiva sobre uma possível mudança nessa regulação. No momento, é importante oferecer aos empreendedores os instrumentos possíveis para sanarem dívidas e investirem e, sem dúvida, o mercado de capitais é uma alternativa excelente para fomentar ainda mais o segmento”, conclui.