dicionário da securitização

Para quem não está habituado ao mercado de capitais, o primeiro contato pode assustar um pouco. Principalmente quando os especialistas usam termos muito técnicos sem se aprofundar em seu significado. Pensando em simplificar ao máximo, preparamos esse dicionário da securitização para que você fique cada vez mais próximo desse meio, que traz tantas vantagens para os diversos tipos de empreendedores.

 

Esse mercado tem se tornado uma importante alternativa para quem busca recursos para financiar suas obras na construção civil. Daí a importância de loteadores, construtoras e incorporadoras conhecerem esses termos a fundo. Quer saber mais? Continue a leitura para conhecer 15 expressões  do mercado financeiro.

 

Alavancagem

Incentivar, impulsionar, tornar mais favorável para… Essas são algumas definições dadas por dicionários para o verbo alavancar e no mercado financeiro o significado é exatamente esse. O termo alavancagem financeira indica a utilização de recursos para ampliar os resultados.

Na prática, uma dívida pode representar alavancagem tanto para quem pega o dinheiro, quanto para quem empresta. Quem contrata crédito saudável alavanca seus negócios quando consegue aumentar seu lucro, de forma que compense os juros pagos. Sempre que isso acontece, é possível ter um respiro no mês a mês. Do outro lado, quem empresta o dinheiro pode aumentar sua rentabilidade a partir dos juros recebidos.

 

Alienação fiduciária

Esse é um termo difícil para uma prática fácil e comum no mundo do crédito. A alienação fiduciária é uma forma de garantia usada na hora em que uma pessoa ou uma empresa precisa pegar um empréstimo. Por exemplo, uma pessoa que precisa de um empréstimo pode colocar o imóvel que já tem como garantia de que pagará as parcelas e continuar usando normalmente esse bem. O grande benefício da alienação fiduciária é reduzir as taxas do empréstimo, que seriam muito maiores sem uma garantia.

 

Análise de viabilidade

O primeiro passo antes de tomar a decisão de entrar ou não em um empreendimento é fazer um estudo aprofundado sobre esse negócio, processo conhecido como análise de viabilidade.

O objetivo aqui é entender se vale a pena fazer o investimento. A ideia é comparar os recursos necessários com os retornos possíveis. Essa análise passa por diversas etapas, como projeção de receitas, custos, despesas, investimentos e fluxos de caixa. Além disso, são estudados também indicadores como a taxa mínima de atratividade (TMA) do negócio, o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno.

 

Anbima

Essa é a sigla para Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Trata-se de um órgão de autorregulação do mercado financeiro e de capitais e tem como objetivo contribuir para o bom funcionamento e segurança dos negócios. Ela fala em nome de instituições como bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras. A Anbima foi fundada em 2009 com a fusão da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).

 

CCI

Sigla de Cédula de Crédito Imobiliário. Traduzindo: é um título ou ativo mobiliário que representa o próprio crédito. A CCI pode representar, por exemplo, créditos como recebíveis de compra e venda de imóveis e contratos de locação e é s peça-chave que permite a antecipação de recebíveis.

No geral, a CCI é emitida por uma companhia do ramo da construção, como uma incorporadora, loteadora, etc.

 

Cetip

A Cetip é uma empresa que oferece infraestrutura e tecnologia para o mercado financeiro. É pelo sistema dessa empresa que é possível fazer o registro, a custódia, negociação e liquidação de títulos e valores mobiliários.

Na securitização, por exemplo, para emitir os CRIs e CRAs, as securitizadoras precisam registrá-los numa central depositária. Outros serviços também são feitos pela empresa, como o registro de créditos imobiliários e financiamento de veículos.

A Cetip foi fundada em 1984 e em março de 2017 foi anunciada a fusão com a BM&FBovespa levando à criação da B3.

 

Certificados de recebíveis

Os certificados de recebíveis são títulos. Eles são usados pelas empresas como forma de levantar recursos. Isso é possível pois são vendidos aos investidores, que disponibilizam o dinheiro e são remunerados com uma taxa de juros. Existem dois tipos de instrumentos: os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e os certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).

 

CRI

Os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) são a forma que a securitizadora tem para “empacotar” e vender os recebíveis de uma companhia para investidores. Para que a emissão aconteça, o CRI precisa de lastro em créditos imobiliários como financiamentos residenciais, comerciais, para construções, contratos de aluguel no longo prazo, etc.

Na prática, imagine um loteador que tenha 100 contratos de compra e venda com recebíveis por 10 anos. Ele deve fazer a cessão dos seus recebíveis para a securitizadora, que empacotará todos eles em diversos CRIs e distribuirá aos investidores.

Dessa forma, o loteador poderá receber à vista os valores que viriam parcelados.

 

CRA

Os certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) seguem a mesma lógica do CRI, mas são focados no agronegócio. O produtor rural que quiser antecipar valores de uma colheita, por exemplo, também deve fazer a cessão dos recebíveis.

 

Direitos creditórios

Direito creditório é o direito de receber determinado valor/crédito/dívida. De forma mais prática, trata-se do dinheiro que um loteador, por exemplo, tem a receber pela venda a prazo de um lote. Esse valor a receber pode ser transformado em um ativo a ser negociado no mercado financeiro. Quando isso acontece, ele leva o nome de direitos creditórios. Existem fundos de investimento especializados nesta área chamados FIDCs.

 

Lastro

O lastro é a garantia de que determinado ativo (um papel, por exemplo) tem valor. Por exemplo, no passado quando os governos emitiam papel moeda eles precisavam de reservas em ouro para comprovar o valor do dinheiro. O mundo mudou e essa prática não é mais necessária, mas exemplifica bem o significado de lastro. Em uma emissão de valores mobiliários, ativos podem ser dados como lastro para garantir que os papéis da emissão possuem valor e eles podem ser imóveis, contas a receber, etc.

 

Títulos

Investidores podem emprestar seu dinheiro para empresas ou para o governo na busca por rentabilidade e isso é feito por meio da compra de um título.

De forma simplificada, títulos são uma espécie de comprovante que alguém emprestou os recursos – o investidor – para uma instituição mediante o pagamento de uma taxa de juros. Existem dois títulos básicos de títulos: os públicos, aqueles emitidos pelos governos de diversos países, e os privados, emitidos por companhias e instituições financeiras.

 

True sale

O termo true sale é usado quando uma empresa faz a cessão completa ou efetiva de recebíveis de modo em que eles ficam fora do balanço da empresa. Isso significa, na prática, que se a empresa falir, esses recebíveis securitizados não serão incluídos na massa falida e o investidor está, portanto, protegido desse processo.

Esse é um tipo de securitização, entre diversos que existem.

 

Papel

O termo papel é usado como sinônimo para uma série de ativos e contratos do mercado financeiro como ações, títulos públicos e títulos corporativos. O uso da palavra é comum porque no passado todos os ativos tinham, de fato, uma via física guardada nas centrais depositárias. Com o tempo, o mercado foi evoluindo e os “papéis” se tornaram eletrônicos, mas o hábito se manteve.

 

Securitização

O processo de securitização é o que transforma recebíveis de uma empresa em CRIs ou CRAs negociáveis no mercado financeiro. Isso acontece em um cenário em que uma empresa cede seus recebíveis, ou “direitos creditórios”, para uma securitizadora que irá reuni-los em um título como CRI ou CRA e vendê-los aos investidores.

 

A vantagem da securitização é antecipar valores que o empreendedor receberia ao longo do tempo. É uma importante alternativa para levantar capital de giro.

 

O mercado de capitais surge como uma importante alternativa de financiamento para que empresas possam diversificar a captação de recursos e para que investidores consigam mais rentabilidade na alocação do seu capital.

 

Agora você já conhece alguns termos específicos desse mercado. Quer se aprofundar no universo das securitizadoras e da antecipação de recebíveis? Conheça como funciona o passo a passo da securitização.